A Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) começa a utilizar nesta semana o aparelho de tomografia óptica 3D (Newton 7.0), o único no Brasil, para refinar e trazer mais precisão em pesquisas farmacológicas desenvolvidas por doutorandos, mestrandos e graduandos. O equipamento foi adquirido pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Bioinspiração da UCDB (INCT) por meio de acordo de cooperação entre a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O Newton 7.0 é um instrumento que acelera os resultados nas pesquisas com animais de laboratório, que são previamente autorizadas pelo Comitê de ética em experiência animal da UCDB (CEUA), começando com o estudo da aluna Ana Paula Leal, que já caminha há três anos.  Ela vai avaliar o comprometimento dos pulmões observados da Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), um dos sintomas observados nos pacientes pós-Covid. Essa pesquisa pode trazer alternativas de tratamento para os pacientes que sofreram com a doença.

“A expectativa é padronizar a SDRA e testar peptídeos desenvolvidos pelo nosso grupo de pesquisa, avaliando de maneira mais refinada em tempo real a progressão da doença e a eficácia do tratamento testado. Mesmo que ainda estamos em fase pré-clínica de testes, o equipamento Newton7.0 possibilita uma análise mais aprofundada e específica por meio das imagens geradas. Dessa maneira, conseguiremos atingir mais rápido e chegar nas etapas clínicas com testes de medicamentos ou com moléculas que podem gerar um medicamento. Sem o equipamento, todo esse procedimento pesquisado leva muito tempo”, destacou a professora Dra. Danieli Fernandes Buccini.

Todas as pesquisas são desenvolvidas por etapas, iniciando com o redesenho de novas moléculas pelos bioinformatas, inúmeros testes in sílico, in vitro e posteriormente in vivo. A tomografia óptica 3D é mais um recurso para trazer agilidade e segurança nos resultados das pesquisas.

O animal utilizado nas pesquisas é o camundongo. Sempre respeitando todos os protocolos e o bem-estar animal, ele é sedado para todos os procedimentos e exames realizados com o equipamento. Todas as imagens em terceira dimensão de alta qualidade são enviadas para um software exclusivo podendo-se observar os ossos, órgãos e tecidos diretamente na tela do computador.

Outro estudo, que também já está agendado, previsto para iniciar em setembro deste ano está relacionado com as inflamações intestinais, conhecida por ‘Doença de Crohn’. É uma enfermidade que não tem cura, e apresenta como principais sintomas a diarreia, emagrecimento e cólica abdominal. Há seis anos, o ator americano Tyler James Williams, do famoso seriado ‘Todo mundo odeia o Chris’ foi diagnosticado com a doença, que causa inflamação em diversas partes do sistema digestivo.

O equipamento possibilita as análises como bioluminescência e fluorescência. “A gente consegue fazer uma análise da biodistribuição farmacológica em vivo e a rastrear aonde o fármaco vai e como ele funciona”, destacou o professor coordenador do INCT, Dr. Octávio Luiz Franco.